Paixão Côrtes (João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes foi um folclorista, compositor, cantor, radialista e pesquisador rio-grandense. É também um dos fundadores do MTG, o Movimento Tradicionalista Gaúcho) dedicou um livro inteiro às comemorações dos santos de junho, detalhando as diferenças entre cada celebração, tipos de fogueira, comidas típicas e louvações. No livro "Folk Festa e Tradições Gaúchas", publicado pelo Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), ele destaca a importância de manter as tradições puras: “não devemos ser contra a festa caipira, dentro dos princípios tradicionais e corretos. Devemos ser, sim, contrários à mistura de costumes de caipiras e gaúchos em festas juninas.”
A festa junina no Brasil é rica em influências. A introdução de alimentos como o aipim (mandioca) e o milho, a quadrilha inspirada na dança da nobreza europeia pelos franceses, e os fogos de artifício trazidos pelos chineses, enriqueceram ainda mais essa celebração. A dança de fitas, muito cultuada no sul do Brasil, tem suas raízes em Portugal e Espanha.
Para os católicos, a fogueira é o maior símbolo dos festejos, com suas raízes em uma tradição de Isabel e Maria. Cada santo junino tem seu próprio tipo de fogueira: um cone para São João, um quadrado para Santo Antônio, e um triângulo para São Pedro, acesas pontualmente às 18h, o horário da Ave Maria.
Diante deste rico contexto histórico e cultural, convidamos você a refletir: Como nós, gaúchos e gaúchas, estamos realizando as festas juninas em nossas escolas, clubes, praças e núcleos familiares?
Acreditamos que as festas juninas devem ser celebradas com nossas tradições e trajes típicos, sem misturas de outras culturas. Use a pilcha gaúcha, sem remendos nas bombachas, sem pinturas no rosto, sem chapéu de palha ou camisas enxadrezadas. Nossa culinária típica deve estar presente: arroz de carreteiro, paçoca de charque e de pinhão, arroz doce, pratos com carne de ovelha, galinha encilhada, sapecada de pinhão e, claro, o churrasco. Pipoca, batata-doce, rapadura de amendoim, pé de moleque, pão de ló e pão de milho são indispensáveis.
Em vez de adotar tradições de outras culturas, como o baile e casamento caipira, por que não dançar o pezinho, o balaio, o maçanico ou as danças gaúchas de salão, sem fantasias? Há muitas brincadeiras tradicionais que podem ser resgatadas, como o pau de sebo, a dança da batata, a corrida do saco, a corrida do casal, do bastão e da colher. Podemos declamar, cantar e contar causos. As bebidas típicas são o quentão, o vinho, o pula-macaco, a concertada, o ponche e a jurupinga.
Vamos juntos celebrar uma festa junina típica gaúcha, honrando nossas tradições e cultura? Junte-se a nós nesta celebração única e especial!
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